Economia

Grupo da USP propõe tributar ricos para ampliar benefícios como auxílio emergencial

A saída de cena em 2021 do auxílio emergencial criado durante a pandemia da covid-19 vai gerar um “colapso” de renda na base da população brasileira, o que deve diminuir o consumo das famílias e retardar recuperação do crescimento. Ao mesmo tempo, as ideias aventadas pelo governo federal, e por ora descartadas, de unificar benefícios sociais em troca de um programa social mais amplo não são as mais efetivas no combate à desigualdade.

As opiniões são de Laura Carvalho, doutora em economia pela New School for Social Research e professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Ao lado dos também professores da FEA-USP Gilberto Tadeu Lima e Fernando Rugitsky, Laura coordena o recém-criado Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made), espécie de centro de estudos com foco nos debates sobre desigualdade.

“A nossa possibilidade de recuperação já não é das melhores, e a retirada do auxílio retarda o processo. Ainda não resolvemos a origem da crise, que é a pandemia, então é preciso que o Congresso atue para ao menos garantir parte de um programa social”, diz ela.

A primeira nota de trabalho do Made procurou estimar os efeitos da ideia do governo de distribuir dos “pobres aos paupérrimos”, medida defendida como a alternativa para estender o auxílio emergencial em meio as limitações do teto de gastos públicos.

Segundo a análise, porém, o efeito de tais alterações seria baixo do ponto de vista de redução da desigualdade. Por isso, o estudo defende aumentar a tributação das camadas mais ricas da população para financiar um programa social mais amplo.

Fonte: valorinveste.globo.com/